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domingo, 6 de setembro de 2015

Mulheres na luta: virando o jogo - Antonio Marques



A condição humana e a nossa organização social causa sofrimento em todos nós, parte deste sofrimento é comum à todos: a doença, o envelhecimento, a morte....Parte deste sofrimento é específico a certos grupos: a misoginia, o racismo, a homofobia...

Em 2015 no nosso planeta ainda sobrevive as raízes do patriarcado e o machismo permeia os mais diversos âmbitos nas suas mais diversas formas, deste o femicídio à uma cultura que “masculiniza” a mulher que ousa assumir papéis tradicionalmente masculinos ou ainda à uma cultura que induz na mulher o comportamento do “desculpismo sem necessidade”.

Mas onde há força, há resistência. Os feminismos se fortalecem. Contudo a luta estressa e o estresse pode nos tornar agressivos ao ponto da agressividade atravessar o ponto de equilíbrio da defesa eficaz.

É preciso ter consciência disto e evitar errar os alvos de nossas lutas. Brigar, bater, apanhar já é coisa de menina. Na escola, as brigas que presenciei, são em sua maioria entre mulheres e não mais entre homens. Na minha adolescência era diferente. 

Se temos emoções que causam danos a nós e/ou a outro não é um mal reconhecer e tentar trabalhar isto. Parece mais inteligente que a naturalização do que se está sendo como se sempre devesse sê-lo.

Numa ordem igualitária, os valores e comportamentos que são ruins para uns o são para os demais. Se rigidez, hierarquia, uso da força é ruim para homem o é também para as mulheres. Educação, tonalidade adequada de voz, carisma, disciplina, resistência à agressividade, aceitação de rejeições, aprender a se desvencilhar de investidas e livrar-se de culpas desnecessárias é bom para a espécie humana e não apenas para um de seus gêneros.

Trata-se de uma luta contra séculos de uma socialização que limita e silencia à todos os subalternos. É preciso virar o jogo, mas virar o jogo não é substituir o machismo pelo femismo, virar o jogo é superar esta guerra de gêneros pela construção da melhor sociedade para todos nós e isto também significa, entre outras muitas coisas, não dissociar as lutas específicas da luta anticapitalista.

Referência: BELLO, Luíse. Não lhe devemos candura. Disponível em: http://thinkolga.com/2015/08/20/nao-lhe-devemos-candura/. Acessado em 06/09/2015.

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