Filosofia: Ensino e Pesquisa

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sábado, 5 de setembro de 2015

Por uma comunicação para a emancipação - Antonio Marques





Pela primeira vez na história da humanidade (aceitando certa historiografia) temos o poder de comunicarmos em rede, à distância, com certa facilidade. O uso das mídias quase em massa é um fenômeno inédito na nossa cultura. A internet, computadores e celulares e as redes sociais são as malhas deste encontro possível. Cada um de nós somos pontos não apenas receptores, mas agora também emissores de mensagens, formadores de opinião, construtores de cultura e realidade. A participação em grupos de trabalho, estudos, militância, amizade...é uma experiência que tem nos induzido com certa frequência à questionamentos sobre o uso de tais espaços, entre eles o que fazer para qualificar a interação e manter estes grupos funcionais para a construção coletiva de soluções? 


Algumas possíveis respostas e reflexões foram elencadas:

Para que participantes mais qualificados fiquem nestes espaços e cooperem num projeto coletivo é preciso qualificar a interação, refinar a linguagem, pesquisar e citar as fontes, não monopolizar a expressão, conversar assuntos particulares em particular, evitar muitas mensagens para o mesmo assunto,...canalizar o próprio tempo e o tempo do outro para os propósitos coletivos;

Por outro lado, atitudes de menosprezo e de arrogância são por natureza anti-educadoras. A construção de uma sociedade emancipada deve partir de onde esta mesma sociedade se encontra. Apenas no auxílio a si e ao outro, virtual ou presencialmente, no aprimoramento intelectual e moral é que poderemos transformar nossa realidade para melhor;

A suscetibilidade à flor da pele e momentos de desequilíbrios...também dificultam o processo pelas atitudes de distanciamentos que em geral semeiam;

“Mente fechada” e “cultura do silenciamento”. Há uma certa cultura do silenciamento na qual se fala pedindo que não se fale, o pessoal do “futebol, religião e política não se discute.” É preciso mantermos nossa mente aberta para ouvir e aprender com a cosmovisão do outro em todas as suas perspectivas;

Os ciberbullyings diversos, entre eles:

A redução do diálogo às categorias estigmatizantes e simplistas tais como coxinha, petralha e coxalha,...

O bullying cristão que insiste em tentar reforçar a ideia de que quem não tem fé ou a mesma crença que eles então não tem nada;

As “ditaduras do humor”, seja a “ditadura da felicidade” seja o “dever de melancolia”;

A cultura do entretenimento frívolo, do divertismo banal, do piadismo-tosco-e-de-mau-gosto que tem como objeto de riso o sofrimento alheio, em geral os subalternos, oprimidos, explorados, excluídos, pobres e miseráveis.


Somos humanos num mundo cheio de problemas que atinge à muitos e estamos conectados numa rede,...Qual é o uso inteligente do nosso tempo? Como solucionar tais problemas? Como fazer com que cada segundo de nossa existência seja plenamente entregue à busca do aprimoramento pessoal e na construção de um mundo melhor? Como transformar nossos diálogos em políticas públicas concretas?

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