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domingo, 23 de agosto de 2015

Religião se discute! - Antonio Marques


A religião é um objeto de estudo da filosofia. Ao estudarmos ética, lógica, metafísica e epistemologia estamos estudando componentes de qualquer visão de mundo, portanto das visões religiosas de mundo também.

Religião se discute, futebol se discute, política se discute, se discute a discussão, se discute os que não querem que exista o discutir, se discute tudo na Filosofia. Inclusive a própria necessidade da filosofia. Temos que falar das religiões também porque na medida que geram comportamentos, escolhas, políticas...interferem na vida coletiva. Por isto a necessidade de pautar toda a cultura e mostrar onde há injustiças, inverdades, ilusões,...Fazer a crítica pode ser doloroso e desgastante mas é importante para o avanço do coletivo em todos os níveis, seja no de buscar a verdade seja no de buscar a vida boa para todas e todos.

Em geral, cada um quer falar da sua crença, mas não quer ouvir o outro. O caminho é não impedir ninguém de falar, o caminho é ser paciente para ouvir à todos. Se a palavra discussão é tomada como briga, atrito, desrespeito...temos que evitar discutir mas devemos tomar essa palavra como sinônimo de diálogo, bate-papo, troca de ideias, de espaço para dúvidas e perguntas. Todo questionamento é proporcional ao nosso estágio intelectual e moral, por isto nenhum questionamento é idiota. Questionem sempre que preciso e tiverem vontade!!. O caminho é construir uma fala e uma interação respeitosa, tolerante à diversidade. O ódio, seja ele religioso ou laico, não é o caminho, nem o ódio de “deus”, nem das pessoas, nem dos ateus, nem dos negros, nem dos gays...

Mesmo que seja um tema “complicado” é de extrema importância não reprimirmos nosso diálogo sobre este e nenhum outro assunto. E a repressão é tamanha que ainda não sabemos nem mesmo pautar a questão sem nos inflamar, sem ficarmos apaixonados, emocionados, exaltados..apelar, xingar, sair dos grupos em que se dialoga....

E cada um de nós não só podemos e devemos pensar no que quisermos como não devemos nos esquecer que não se trata nem mesmo de uma permissão pois em última instância cada um é o dono de sua própria mente e por isto os critérios para definirmos que crenças acolheremos como verdadeiras e quais não também é uma decisão individual. Alguns preferem acreditar na razão&experiência do que acatar a fé. Na razão e na experiência podemos conseguir convergência mais ampla e mais duradoura. Pela fé, ainda não vislumbro critérios públicos a se utilizar.

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